quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Memórias de um joaquiinense

Dr. Adilson , lamentei muito não estar em casa quando minha esposa o recebeu, outras oportunidades virão e pessoalmente gostaria de encontrá-lo. Minha casa está a sua disposição. Quando o Sr. aqui vier, por favor mande-me um e-mail para que nãol haja desencontro. Sou filho de professor, então temos em nossa origem o gosto e a tradição dos estudos e o amor pela cultura.Muito obrigado pelo comentário elogioso postado no Mural. Obrigado. Joaquim Anacleto Rodrigues Neto Caro Dr Joaquim ! As recíprocas são verdadeiras, também lamentei em parte não encontrá-lo, assim como também, sou filho de Professôra Normalista de São Joaquim ! Todavia a fidalguia do “bem-receber-joaquinense” proporcionada pela Sra sua espôsa Sra Ana foi exemplar. Aproveitando os deleites de memórias, procuro ler o que posso sobre a terra de meus ancestrais e foi como já disse com muito prazer ler suas memoráveis descrições dessa querência tão amada e bela. Meu avô paterno Boanerges Pereira Machado, casado com Angelina Nunes Goulart, foi o primeiro balseiro da balsa do rio Lavatudo (Labatut ?). Por ser cargo de nomeação política teve que transferir ao seu cunhado, meu tio avô, Júlio, e para quem também vendeu a casa comercial da margem direita do rio, onde parávamos de carro ou ônibus para o café com linguiça. Ali meu pai e irmãos e irmãs viveram uma bela página de infância. Meu avô relatava como transportou em “banguê”, o corpo do Coronel Amarante falecido na Fazenda Barreiro até sua casa na beira do rio para então poder ser transportado para São Joaquim. São Histórias e Estórias de nossa terra. Meus Pais Edison Machado e Antônia de Oliveira Machado conheceram-se no Colégio Cruz... minha mãe vendia balas “puxa-puxa” e meu pai era atleta do futebol com bola-de-meia ou bexiga-de-porco. Meu avô materno, analfabeto, pelo que me informaram teria sido o primeiro funcionário público contratado com um carrinho-de-mão, para reparar valas e ruas de São Joaquim. Chamava-se João Inacio Antunes, casado com Clarinda Farias (irmã do Tio José Gonçalves Farias), tio Zéca, comerciante na localidade de Vacas Gordas e vereador por muitas legislaturas em Urubici. Meus pais casaram-se em Santa Isabel. Meu avô Boanerges após sair da balsa, fôra ser administrador da Fazenda Santa Rita ( Portão Encarnado) pouco além, à esquerda, da entrada para Santa isabel, na estrada de rodagem São Joaquim – Lages. A irmã de meu avô, viúva de Francisco Pereira de Medeiros, chamava-se Antoninha Machado e que o Senhor cita em seu artigo recente sobre o Nenzo Sá, que arrendou uma “invernada” de minha tia. Ali naqueles pagos queridos passei todas as minhas férias de Julho, Dezembro, janeiro e fevereiro, todos os anos e pude assistir a nevasca de 1957 quando contava com 8 anos e meio...espetáculo inesquecível. Meus dois irmãos, militares aposentados em Florianópolis, nasceram em Santa Isabel, onde minha mãe foi a primeira professôra daquele distrito, foi formada normalista na primeira turma de Normalistas com mais 2 alunos. Sra Carmosina, com 90 anos que reside atrás da capela e é zeladora, foi aluna de minha mãe e acompanhou aos partos de meus irmãos em Santa Isabel. Meus pais faleceram em 2001 e 2003, nunca nos cansávamos de ouvir as Histórias e Estórias que contavam das tradicionais famílias joaquinenses e os belos “causos” de tantas rodadas de mate e fogo de chão, enquanto debulhava-se milho para “criação” no dia seguinte. AH Meu prezado e Ilustre Escritor Joaquinense...que Deus lhe dê saúde ...muita saúde para continuar memorizando positivamente (de escrita com registro positivo com se diz no Direito), pois o escrito não será olvidado. Agradeço o seu convite e tão logo possa estarei por aí para lhe conhecer e agradecer por seus escritos e assim como lhe abraçar. Muito grato pelo email e desculpe-me se me estendi. Lembranças à Dona Ana. Como o Senhor, temos algo em comum, fiz Medicina na UFPR em Curitiba e também estudei na praça Santos Andrade, onde fizemos cadeiras básicas e depois seguimos para Hospital de Clinicas na rua General Carneiro. Sou da turma de 1977.Adilson Tadeu Machado – Blumenau SC